terça-feira, 30 de abril de 2013

Princesa Leia entre dois amores



O site imgur postou neste fim de semana fotos dos bastidores da primeira trilogia de STAR WARS. Princesa Leia flertando com Chewbacca, com C-3PO, e até mesmo com seu irmão Luke são apenas algumas das imperdíveis imagens. 

A galeria traz outras dezenas de momentos eternizados de uma galáxia muito, muito distante.

A força está com o imgur.

(e com o Globo Online de hoje, que me cantou essa bola sideral.)



GUERRA NAS ESTRELAS (STAR WARS: EPISODE 4 - A NEW HOPE, 1977)
Direção: George Lucas
Com: Mark Hamill, Harrison Ford, Carrie Fisher (fotos), Peter Cushing, Alec Guiness, Peter Mayhew (foto abaixo), Anthony Daniels (foto acima) etc.


O IMPÉRIO CONTRA-ATACA (STAR WARS: EPISODE 5 - THE EMPIRE STRIKES BACK, 1980)
Direção: Irvin Kershner
Com: Mark Hamill, Harrison Ford, Carrie Fisher (fotos), Peter Cushing, Alec Guiness, Peter Mayhew (foto abaixo), Anthony Daniels (foto acima), Frank Oz etc.


O RETORNO DE JEDI (STAR WARS: EPISODE 6 - RETURN OF THE JEDI, 1983)
Direção: Richard Marquand
Com: Mark Hamill, Harrison Ford, Carrie Fisher (fotos), Peter Cushing, Alec Guiness, Peter Mayhew (foto abaixo), Anthony Daniels (foto acima), Frank Oz etc.

domingo, 28 de abril de 2013

Clássicos brasileiros revistos por Serafina

Isis Valverde na recriação de O BEIJO DA MULHER ARANHA (1985),
na capa da Serafina de 28/4/2013


A Revista Serafina, da Folha de S. Paulo, traz hoje em sua edição comemorativa de cinco anos um ensaio fotográfico que recria cenas de clássicos do cinema nacional. 

Zé Celso (abaixo) parindo Macunaíma é pura poesia. 

Esquerda: José Celso Martinez Corrêa e Fabrício Boliveira 
Direita: Paulo José e Grande Otelo em MACUNAÍMA (1969)


Ensaio completo em: http://folha.com/no1268669



O BEIJO DA MULHER ARANHA (1985)
Direção: Hector Babenco
Com: Sonia Braga, William Hurt, Raul Julia, José Lewgoy, Milton Gonçalves, Míriam Pires, Nuno Leal Maia, Fernando Torres, Herson Capri, Denise Dumont, Antônio Petrin, Wilson Grey, Miguel Falabella etc. 


MACUNAÍMA (1969)
Direção: Joaquim Pedro de Andrade
Com: Grande Otelo, Paulo José, Jardel Filho, Dina Sfat, Milton Gonçalves, Joana Fomm, Hugo Carvana, Wilza Carla, Maria Lúcia Dahl etc.

Os talentosos Muppets 4



O PODEROSO CHEFÃO (THE GODFATHER, 1972)
Direção: Francis Ford Coppola
Com: Marlon Brando, Al Pacino, James Caan, Robert Duvall, Diane Keaton etc.



As sequências:

O PODEROSO CHEFÃO 2 (THE GODFATHER 2, 1974)
Direção: Francis Ford Coppola
Com: Al Pacino, Robert Duvall, Diane Keaton, Robert De Niro, Talia Shire etc.

O PODEROSO CHEFÃO 3 (THE GODFATHER 3, 1990)
Direção: Francis Ford Coppola
Com: Al Pacino, Diane Keaton, Talia Shire, Andy Garcia, Joe Mantegna, Bridget Fonda, Sofia Coppola etc.

Possuída pelo personagem



"Siga sua vocação, alerta a Panamericana Escola de Arte e Design em novo comercial da AlmapBBDO."

Veja a ficha técnica do vídeo.


E reveja o filme (mas ignore suas "continuações"), que nunca é demais:

O EXORCISTA (THE EXORCIST, 1973)
Direção: William Friedkin
Com: Linda Blair, Ellen Burstyn, Max von Sydow, Jason Miller etc.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Cinemas do Rio – Parte 1: Os que deixaram saudades / Copacabana


CINEMA 1 / CINEMA 2
Esses dois cinemas sempre foram conhecidos pelo bom gosto da programação: eram o Paissandu de Copacabana. Sempre muito bem frequentados, fizeram a cabeça de toda uma geração e formaram cinéfilos de carteirinha. O Cinema 1, na avenida Prado Júnior, é atualmente um hortifruti. Já o Cinema 2, localizado na outra ponta de Copa, na rua Raul Pompéia, mudou de nome diversas vezes antes de virar a boate Le Boy. Lamentável.


Texto: Luis Mendes - jornalista, cinéfilo, estudioso e defensor dos cinemas de rua e proprietário da locadora cult Paradise Video (localizada em Copacabana) 

Foto: arquivo pessoal do jornalista

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Meus anos dourados com Hitch, ou Alfred Hitchcock em 12 capítulos e 1 epitáfio *



PARTE 6: AO MESTRE COM CARINHO

Mestre: 1. Homem que ensina; professor; 2. Aquele que é perito ou versado numa ciência ou arte; 3. Homem superior e de muito saber; 4. Aquele que se avantaja em alguma coisa; 5. Grande, extraordinário; 6. Que é o mais importante, que serve de base ou de guia; básico, fundamental. 

No dicionário Aurélio existem 23 definições para a palavra "mestre". Estas são as que se aplicam à definição do mestre do suspense. 


Dublê de Hitchcock 


O diretor Brian De Palma, fã confesso de Hitchcock, nunca escondeu sua posição de pupilo na arte de fazer medo. Influenciado pelo mestre, mas com estilo próprio, explicita em seus filmes o que Hitchcock continha nos seus: a violência. VESTIDA PARA MATAR (DRESSED TO KILL, 1980) mostra em abundância o que foi usado com parcimônia em PSICOSE (PSYCHO, 1960): sangue - Hitchcock chegou a dizer que optou por filmar PSICOSE em preto e branco para que não fosse dado destaque à cor vermelha do sangue. 

Assim, na cena do chuveiro, toda a atenção se concentra exclusivamente na violência da mulher sendo esfaqueada. Já em VESTIDA PARA MATAR, a violência também está lá, apenas sendo transferida de um chuveiro para um elevador, com a diferença de que o vermelho sanguíneo se espalha por todo o ambiente. A motivação que move os assassinos dos dois filmes também é a mesma. Em ambos, um homem vestido de mulher mata violentamente o objeto de seu desejo, que deve ser reprimido para que sua dupla identidade não seja ameaçada. Em 1984, De Palma dirigiu DUBLÊ DE CORPO (BODY DOUBLE, 1984), filme que tem no voyeurismo sua trama central. Só que, ao contrário de JANELA INDISCRETA (REAR WINDOW, 1954), o crime, brutal, é testemunhado pelo vizinho. 

Já Truffaut, embora fã confesso de Hitchcock, dedicou ao mestre A NOIVA ESTAVA DE PRETO (LA MARIÉE ÉTAIT EM NOIR, 1968), com Jeanne Moreau. Seu conterrâneo, contemporâneo e colega da Nouvelle Vague Claude Chabrol escreveu e dirigiu antológicos filmes de suspense com doses de erotismo, como AS CORÇAS (LES BICHES, 1968), MULHERES DIABÓLICAS (LA CÉRÉMONIE, 1995) e CIÚME – O INFERNO DO AMOR POSSESSIVO (L’ENFER, 1994). 

Ao mestre com carinho (ou não) 


A obra de Hitchcock também gera paródias. Algumas delas, a despeito do tom de comédia, são incontestáveis homenagens, como é o caso de JOGUE A MAMÃE DO TREM (THROW MOMMA FROM THE TRAIN, 1987), dirigido e estrelado por Danny DeVito. 

O diretor faz o papel do fracassado Owen, que vive infernizado por sua mãe (Anne Ramsey), uma megera que o trata como serviçal, enfermeiro e saco de pancadas. Aluno (medíocre) de um curso para escritores, onde está aprendendo a escrever histórias de mistério, recebe de seu professor (Billy Cristal) o conselho de assistir a filmes de Hitchcock, para buscar inspiração. Péssima ideia. 

O baixinho, que há muito vinha sonhando em dar um fim à sua mãe, vai assistir PACTO SINISTRO (STRANGERS ON A TRAIN, 1951), o filme da “troca de assassinatos” e, descobrindo o ódio que seu professor tem da ex-mulher, lhe faz a proposta que lhe parece óbvia: ele acaba com ela, em troca de ter sua mãe varrida da face da Terra. Tal e qual o Bruno (Robert Walker), do filme de Hitchcock, Owen executa sua parte (ou pelo menos acredita nisso) e procura o professor, exigindo que este cumpra com sua parte. A partir daí, se desenrola uma série de situações cômicas, resultando em uma divertida homenagem ao mestre do suspense. 

Voltando ao velho continente, o espanhol Álex de la Iglesia dirigiu A COMUNIDADE (LA COMUNIDAD, 2000), estrelado pela atriz almodovariana Carmen Maura, filme que, ao contrário de JOGUE A MAMÃE DO TREM, não se baseia em nenhuma película específica de Hitchcock, mas faz diversas referências à sua obra, a começar pela abertura do filme, que possui elementos de UM CORPO QUE CAI (VERTIGO, 1958) e LADRÃO DE CASACA (TO CATCH A THIEF, 1955). O vizinho que tem o hábito de espionar a vida alheia e é reprimido por sua mãe, que o condena por usar roupas do vilão Darth Vader, da série GUERRA NAS ESTRELAS (STAR WARS, 1977 – 2005) - “Você parece um travesti!” - está lá. Assim como o clímax no terraço do prédio, remetendo ao hábito de Hitchcock de explorar o medo de altura de seus espectadores, como fez em UM CORPO QUE CAI, cujo personagem principal sofre de acrofobia, CHANTAGEM E CONFISSÃO (BLACKMAIL, 1929), que mostra uma cena de perseguição na cúpula do Museu Britânico, SABOTAGEM / O MARIDO ERA O CULPADO (SABOTAGE, 1936), em que mocinho e bandido lutam em plena Estátua da Liberdade, e INTRIGA INTERNACIONAL (NORTH BY NORTHWEST, 1959), onde o embate final acontece no Monte Rushmore. Adepto do humor negro, Álex de la Iglesia ainda flertaria com Hitch em CRIME FERPEITO (CRIMEN FERPECTO, 2004). 

A lista de “herdeiros” da filmografia de Hitchcock cresce ao longo dos anos: PSICOSE rendeu três continuações, todas estreladas pelo Norman Bates original, Anthony Perkins: PSICOSE 2 (PSYCHO 2, 1983); PSICOSE 3 (PSYCHO 3, 1986), dirigido pelo próprio Perkins, e PSICOSE 4 – O INÍCIO (PSYCHO 4: THE BEGINNING, 1990). Em 1998, o filme de 1960 foi refilmado por Gus Van Sant, que se manteve fiel ao roteiro original, e estrelado por Vince Vaughn (Bates), Anne Heche (Marion Crane) e Julianne Moore (Lila Crane). No mesmo ano, o diretor Andrew Davis fez UM CRIME PERFEITO (A PERFECT MURDER, 1998), inspirado em DISQUE M PARA MATAR (DIAL M FOR MURDER, 1954), com Michael Douglas e Gwyneth Paltrow nos papéis principais. Até mesmo OS PÁSSAROS (THE BIRDS, 1963) ganhou filhote, o telefilme OS PÁSSAROS II (THE BIRDS II: LAND’S END, 1994), com a participação no elenco de Tippi Hedren, a protagonista do primeiro filme. 

Sem entrar no mérito da qualidade dos filmes derivados da filmografia de Hitchcock, ou da intenção de seus realizadores, é inegável o legado deixado por um mestre em sua arte, que se foi deixando uma legião de seguidores. Truffaut acreditava que "a obra de Hitchcock fez muitos discípulos, o que é normal quando se trata de um mestre, mas como sempre só se imita o que é imitável: a escolha do material, eventualmente o tratamento dado a este material, mas não o espírito que o impregna”. 



* Trabalho de minha autoria produzido em tempos acadêmicos


Do chuveiro para o elevador: VESTIDA PARA MATAR




CHANTAGEM E CONFISSÃO (BLACKMAIL, 1929) 
Direção: Alfred Hitchcock 
Com: Anny Ondra, John Longden etc. 


SABOTAGEM / O MARIDO ERA O CULPADO (SABOTAGE, 1936) 
Direção: Alfred Hitchcock 
Com: Oskar Homolka, Sylvia Sidney etc. 


PACTO SINISTRO (STRANGERS ON A TRAIN, 1951) 
Direção: Alfred Hitchcock 
Com: Farley Granger, Robert Walker etc. 


DISQUE M PARA MATAR (DIAL M FOR MURDER, 1954) 
Direção: Alfred Hitchcock 
Com: Ray Milland, Grace Kelly, Robert Cummings etc. 


JANELA INDISCRETA (REAR WINDOW, 1954)
Direção: Alfred Hitchcock
Com: James Stewart, Grace Kelly, Thelma Ritter etc.


LADRÃO DE CASACA (TO CATCH A THIEF, 1955) 
Direção: Alfred Hitchcock 
Com: Cary Grant, Grace Kelly etc. 


UM CORPO QUE CAI (VERTIGO, 1958) 
Direção: Alfred Hitchcock 
Com: James Stewart, Kim Novak etc. 


INTRIGA INTERNACIONAL (NORTH BY NORTHWEST, 1959) 
Direção: Alfred Hitchcock 
Com: Cary Grant, Eva Marie Saint, Martin Landau etc. 


PSICOSE (PSYCHO, 1960) 
Direção: Alfred Hitchcock 
Com: Anthony Perkins, Vera Miles, Janet Leigh etc. 


OS PÁSSAROS (THE BIRDS, 1963) 
Direção: Alfred Hitchcock 
Com: Tippi Hedren, Rod Taylor, Jessica Tandy etc. 


A NOIVA ESTAVA DE PRETO (LA MARIÉE ÉTAIT EM NOIR, 1968) 
Direção: François Truffaut 
Com: Jeanne Moreau, Michel Bouquet etc. 


AS CORÇAS (LES BICHES, 1968)
Direção: Claude Chabrol 
Com: Jean-Louis Trintignant, Jacqueline Sassard etc. 


VESTIDA PARA MATAR (DRESSED TO KILL, 1980) 
Direção: Brian De Palma 
Com: Angie Dickinson, Michael Caine, Nancy Allen etc. 


PSICOSE 2 (PSYCHO 2, 1983) 
Direção: Richard Franklin 
Com: Anthony Perkins, Vera Miles, Meg Tilly etc. 


DUBLÊ DE CORPO (BODY DOUBLE, 1984) 
Direção: Brian De Palma 
Com: Craig Wasson, Melanie Griffith etc. 


PSICOSE 3 (PSYCHO 3, 1986) 
Direção: Anthony Perkins 
Com: Anthony Perkins, Diana Scarwid etc. 


JOGUE A MAMÃE DO TREM (THROW MOMMA FROM THE TRAIN, 1987) 
Direção: Danny DeVito 
Com: Danny DeVito, Billy Cristal, Anne Ramsey etc. 


PSICOSE 4 – O INÍCIO (PSYCHO 4: THE BEGINNING, 1990) 
Direção: Mick Garris 
Com: Anthony Perkins, Henry Thomas, Olivia Hussey, CCH Pounder etc. 


CIÚME – O INFERNO DO AMOR POSSESSIVO (L’ENFER, 1994) 
Direção: Claude Chabrol 
Com: Emmanuelle Béart, François Cluzet Jean-Pierre Cassel etc. 


OS PÁSSAROS 2 (THE BIRDS 2: LAND’S END, 1994) 
Direção: Rick Rosenthal 
Com: Brad Johnson, Chelsea Field, Tippi Hedren etc. 


MULHERES DIABÓLICAS (LA CÉRÉMONIE, 1995) 
Direção: Claude Chabrol 
Com: Isabelle Huppert, Sandrine Bonnaire, Jean-Pierre Cassel, Jacqueline Bisset etc. 


UM CRIME PERFEITO (A PERFECT MURDER, 1998) 
Direção: Andrew Davis 
Com: Michael Douglas, Gwyneth Paltrow Viggo Mortensen etc. 


PSICOSE (PSYCHO, 1998) 
Direção: Gus Van Sant 
Com: Vince Vaughn, Anne Heche, Julianne Moore, Viggo Mortensen etc. 


A COMUNIDADE (LA COMUNIDAD, 2000) 
Direção: Álex de la Iglesia 
Com: Carmen Maura, Eduardo Antuña etc. 


CRIME FERPEITO (CRIMEN FERPECTO, 2004) 
Direção: Álex de la Iglesia 
Com: Guillermo Toledo, Mónica Cervera etc.



GUERRA NAS ESTRELAS (STAR WARS, 1977 – 2005) 
Direção: George Lucas 
Com: (1977 – 1983) Mark Hamill, Harrison Ford, Carrie Fisher, Peter Cushing, Alec Guiness etc. 
(1999 – 2005) Ewan McGregor, Liam Neeson, Natalie Portman, Christopher Lee, Samuel L. Jackson etc. 

terça-feira, 23 de abril de 2013

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Cinemas do Rio – Parte 1: Os que deixaram saudades / Copacabana


CINE CONDOR COPACABANA

O Condor Copacabana era um cinema moderno, bem equipado e sempre muito concorrido. Situado dentro de uma galeria na esquina das ruas Figueiredo Magalhães e Barata Ribeiro, foi inaugurado em 1966 e passou, inclusive, a exibir os filmes da MGM após o fechamento do Cine Metro. Em 1997, já precisando de reformas, foi fechado e transformado em Casa & Vídeo, rede que se “apossou” de vários cinemas do Rio.


Texto: Luis Mendes - jornalista, cinéfilo, estudioso e defensor dos cinemas de rua e proprietário da locadora cult Paradise Video (localizada em Copacabana, a duas quadras do extinto Condor)

Foto: Arquivo pessoal do jornalista

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Filmes + Fotos

SEX AND THE CITY 2 (idem, 2010) 


FILMography (de FILM + photography) - http://philmfotos.tumblr.com/ - é um projeto do fotógrafo americano Christopher Moloney, que enquadra fotografias de cenas de filmes – desde O BEBÊ DE ROSEMARY (ROSEMARY’S BABY, 1968) e PERDIDOS NA NOITE (MIDNIGHT COWBOY, 1969) até HOMEM-ARANHA (SPIDER-MAN, 2002) e VIAJAR É PRECISO (WANDERLUST, 2012) - em suas locações reais (com uma margem de erro talvez, digamos, de alguns centímetros), nos dias de hoje. 




O BEBÊ DE ROSEMARY (ROSEMARY’S BABY, 1968) 
Direção: Roman Polanski 
Com: Mia Farrow, John Cassavetes etc. 


PERDIDOS NA NOITE (MIDNIGHT COWBOY, 1969) 
Direção: John Schlesinger 
Com: Dustin Hoffman, Jon Voight etc. 


HOMEM-ARANHA (SPIDER-MAN, 2002) 
Direção: Sam Raimi 
Com: Tobey Maguire, Willem Dafoe, Kirsten Dunst, James Franco etc. 


SEX AND THE CITY 2 (idem, 2010) 
Direção: Michael Patrick King 
Com: Sarah Jessica Parker, Kim Cattrall, Kristin Davis, Cynthia Nixon etc 


VIAJAR É PRECISO (WANDERLUST, 2012) 
Direção: David Wain 
Com: Jennifer Aniston, Paul Rudd, Alan Alda etc.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Meus anos dourados com Hitch, ou Alfred Hitchcock em 12 capítulos e 1 epitáfio *


PARTE 5: MOMENTOS PRIVILEGIADOS

Truffaut diz, no prefácio à edição definitiva de sua entrevista com Hitchcock, que "as cenas de suspense formam os momentos privilegiados de um filme, aqueles que a memória guarda”. De acordo com esta teoria, pode-se constatar que a filmografia de Hitchcock está repleta desses momentos, cenas fortes que dificilmente são esquecidas.

O assassinato de Janet Leigh no chuveiro e a perseguição à Cary Grant em pleno deserto por um avião são duas cenas antológicas que certamente são das mais imitadas e até mesmo parodiadas em toda a história do cinema, até os dias de hoje. Truffaut chega a classificar a série de filmes de James Bond como uma "caricatura grosseira e canhestra de toda a obra hitchcockiana, e mais especialmente de INTRIGA INTERNACIONAL (NORTH BY NORTHWEST, 1959).

Não foi à toa que o nome de Hitchcock tornou-se adjetivo. Ele imprimiu um estilo próprio à sua obra, inconfundível, ao longo de sua carreira. Os mais familiarizados com sua filmografia são capazes de identificar em outros filmes trechos que sejam inspirados (entenda-se por inspiração homenagem, imitação ou mesmo paródia) na obra do mestre. E seus fãs sentem-se recompensados quando, ao assistir a um filme seu pela primeira vez (ou rever, como é comum), deparam com uma autêntica cena hitchcockiana.

Já no primeiro filme considerado por Hitchcock como sendo uma produção com sua marca registrada, O INQUILINO SINISTRO (THE LODGER: A STORY OF THE LONDON FOG, 1927), um simples balançar de lustre já é suficiente para criar tensão nas pessoas que desconfiam que o homem no quarto do andar acima, cujos passos fazem o chão tremer, seja "O Vingador", assassino de mulheres à solta que aterroriza Londres.

“Knife!”

Um homicídio a golpes de faca sem aparecer uma só gota de sangue na tela. Assim é a cena do assassinato em CHANTAGEM E CONFISSÃO (BLACKMAIL, 1929), onde a tentativa de estupro é mostrada pelos gritos da vítima e o movimento da cortina causado pela luta entre ela e seu algoz. Até que detrás da cortina surge o braço da mocinha, que alcança uma faca sobre um prato de queijo e comete homicídio em legítima defesa. As estocadas também são percebidas pelo balanço da cortina, até que este cessa, surgindo então dessa vez o braço do agressor, já morto.

Na manhã seguinte, à mesa do café da manhã, o pai de Alice, a moça atacada, pede que ela lhe corte um pedaço de pão. A última palavra dita pela vizinha,knife (faca), que acabara de comentar sobre o assassinato, ainda ecoa em sua cabeça ("knife", "knife", "knife"...). Alice então pega a faca para cortar o pão e, descontrolando-se, grita "knife", jogando-a para o alto.

Salvo pelo grito. Em O HOMEM QUE SABIA DEMAIS (THE MAN WHO KNEW TOO MUCH, 1956), a cantora Jo Conway, interpretada por Grace Kelly, usa sua voz para salvar uma vida. Ela está no teatro Royal Albert Hall e sabe que uma autoridade será assassinada durante o concerto daquela noite. Tensa, ela acompanha os movimentos do matador e de seu alvo, cada um em seu camarote, enquanto o concerto segue lindamente no palco. Quando Jo percebe que o tiro será dado, solta um grito, fazendo o atirador errar o alvo.

E o público torceu por Grace Kelly quando Lisa, sua personagem em JANELA INDISCRETA (REAR WINDOW, 1954) entra no apartamento do vizinho que ela e seu namorado suspeitam que tenha matado a esposa. Jeff (James Stewart) acompanha angustiado de seu apartamento em frente a hora em que o suspeito volta à sua casa e acaba por surpreender sua namorada.

Tim-tim!

Garrafas de champanhe criam momentos de tensão em INTERLÚDIO (NOTORIOUS, 1946), quando a mulher que se casa com um nazista para desmascará-lo vai se encontrar com seu amante espião na adega da mansão do casal durante uma festa. Ingrid Bergman, a falsa esposa, acha que o nazista com quem se casou esconde algo naquele lugar. Consegue furtar a chave, e marca de se encontrar no local com o espião americano que a envolveu nesta trama e tornou-se seu amante, Cary Grant. Antes de ir ao seu encontro, certifica-se de que há garrafas de bebida suficientes sendo servidas na festa, e que ninguém irá até a adega buscar mais. Os espectadores acompanham então a quantidade de garrafas que diminui cada vez mais. Serão eles pegos?

Anteriormente, para se apoderar da chave, Alicia Huberman (a personagem de Ingrid), já havia quase sido pega. Retirou do molho de chaves de seu marido aquela que lhe interessava, enquanto este estava no banho. Ele deixa o banheiro logo em seguida, enquanto ela ainda tem a chave em uma das mãos. O nazista espionado vem então ao seu encontro, pegando-lhe as mãos. Sem saber de nada, abre uma das mãos de sua esposa, para lhe dar um beijo. Vazia. Por sorte ela guardara a chave na outra mão, e para que ele não resolva abri-la também, lhe dá um abraço e joga a bendita no chão, para que ele não a veja.

Como não poderia deixar de ser, são muitos os exemplos de momentos privilegiados na filmografia de um mestre do cinema: crianças correndo desesperadas da escola, atacadas por um bando de pássaros enfurecidos; uma luta em um carrossel desgovernado; um copo de leite, possivelmente envenenado, iluminado por uma lâmpada em seu interior, destacando-se na escuridão.

Na ocasião do falecimento de Hitchcock, Jean-Luc Godard declarou: "Ao ver um filme de Hitchcock, percebe-se logo que é dele: porque, assim como um grande pintor, ele cria um quadro cuja imagem, seja qual for, se torna inesquecível”.



* Trabalho de minha autoria produzido em tempos acadêmicos




Peter Griffin, da série Uma família da pesada (Family guy), 
vive seu dia de INTRIGA INTERNACIONAL



O INQUILINO SINISTRO (THE LODGER: A STORY OF THE LONDON FOG, 1927) 
Direção: Alfred Hitchcock 
Com: Ivor Novello, Marie Ault etc.


CHANTAGEM E CONFISSÃO (BLACKMAIL, 1929) 
Direção: Alfred Hitchcock 
Com: Anny Ondra, John Longden etc.


INTERLÚDIO (NOTORIOUS, 1946) 
Direção: Alfred Hitchcock 
Com: Ingrid Bergman, Cary Grant, Claude Rains etc.


JANELA INDISCRETA (REAR WINDOW, 1954) 
Direção: Alfred Hitchcock 
Com: James Stewart, Grace Kelly, Thelma Ritter etc.


O HOMEM QUE SABIA DEMAIS (THE MAN WHO KNEW TOO MUCH, 1956) 
Direção: Alfred Hitchcock 
Com: James Stewart, Doris Day etc.


INTRIGA INTERNACIONAL (NORTH BY NORTHWEST, 1959) 
Direção: Alfred Hitchcock 
Com: Cary Grant, Eva Marie Saint, Martin Landau etc.

Foto:

PSICOSE (PSYCHO, 1960)
Direção: Alfred Hitchcock
Com: Anthony Perkins, Vera Miles, Janet Leigh etc.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Trilogia Charles Chaplin, 16/4/1889 – Parte 3



“Quase todas as análises do Mickey inicial invocavam Chaplin e citavam as semelhanças entre eles – a malícia agressiva, a impertinência, o sentimento de abandono e, especialmente (...) ‘a vitória cósmica do perdedor, o poder dos humildes’ que eles compartilhavam. O próprio Walt [Disney], certamente, sabia das semelhanças, porque, conscientemente, usou Chaplin – a quem uma vez chamou de ‘o maior de todos’ – como modelo. Ao inventar Mickey Mouse, disse Walt, ‘queríamos uma coisa atraente, e pensamos em um rato muito pequenino que tivesse algo do desejo de Chaplin – um sujeito comum tentando fazer o melhor que podia’. (...) ‘Walt conservou o tipo de ternura engraçada desse patético personagem comum que estava sempre levando a pior. Mas, inteligentemente, dava a volta por cima em qualquer circunstância’”.


Walt Disney - O triunfo da imaginação americana. Neal Gabler. Editora Novo Século.


Fotos:

THE RINK (1917) - curta-metragem
Direção: Charles Chaplin
Com: Charles Chaplin, Edna Purviance etc.


O AVIÃO DO MICKEY (PLANE CRAZY, 1928) – curta-metragem
Direção: Walt Disney, Ub Iwerks

Trilogia Charles Chaplin, 16/4/1889 – Parte 2



Década de 1930. O cinema mudo estava com os dias contados. Chaplin, assim como outros pioneiros do cinema (entre eles, Hitchcock), resistia. Ele acreditava que falas eram coisa de teatro, encenação naturalmente mais expansiva, e que o cinema era uma forma de arte mais pantomímica. Mas a pressão da indústria, e do público, era crescente, e era inevitável que Chaplin acabasse por soltar a voz em seus filmes também. O que ele fez, como mostra o vídeo acima, em TEMPOS MODERNOS (MODERN TIMES, 1936). Ou quase. 


Na cena em que todos esperavam enfim ouvir a voz de Chaplin, ele fala mas não diz nada: seu personagem esquece a letra da música, e, para não decepcionar ou enfurecer a plateia, canta em um bizarro idioma, que às vezes parece italiano, outras francês, alemão. Mas cujas palavras não dizem absolutamente nada, porque simplesmente não existem, é uma língua inventada. E ele é entusiasticamente aplaudido. Ou seja, palavras não importam. 


(Chaplin acabaria cedendo em seu filme seguinte, no final de O GRANDE DITADOR (THE GREAT DICTATOR, 1940), quando o barbeiro que é confundido com o ditador do título (uma paródia a Hitler) faz um antológico discurso pacifista.)



TEMPOS MODERNOS (MODERN TIMES, 1936) 
Direção: Charles Chaplin 
Com: Charles Chaplin, Paulette Goddard etc. 


O GRANDE DITADOR (THE GREAT DICTATOR, 1940) 
Direção: Charles Chaplin 
Com: Charles Chaplin, Jack Oakie, Paulette Goddard etc.

Trilogia Charles Chaplin, 16/4/1889 – Parte 1



LUZES DA CIDADE (CITY LIGHTS, 1931)
Direção: Charles Chaplin
Com: Charles Chaplin, Virginia Cherrill etc.

domingo, 14 de abril de 2013

Os talentosos Muppets 2



FORREST GUMP - O CONTADOR DE HISTÓRIAS (FORREST GUMP, 1994)
Direção: Robert Zemeckis
Com: Tom Hanks, Sally Field, Robin Wright etc.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Cinemas do Rio - Parte 1: Os que deixaram saudades / Copacabana


CINE RITZ

Este é bem das antigas: o Ritz era um maravilhoso “poeirão” da Avenida Nossa Senhora de Copacabana que funcionou de 1938 a 1955. Antes dele, ali havia o primitivo Cine Atlântico, uma das primeiras salas de Copacabana. Em seu lugar surgiu o Edifício Galeria Ritz, um verdadeiro monumento ao mau gosto.


Texto: Luis Mendes - jornalista, cinéfilo, estudioso e defensor dos cinemas de rua e proprietário da locadora cult Paradise Video (localizada em Copacabana)

Foto: Arquivo pessoal do jornalista

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Estudo antropológico




“Sobre a TV, ao lado de um dragão chinês, uma foto da santa família. O dragão olhava como se fosse devorar todos eles” - Claude Garcia (Ernst Umhauer), sobre a “família normal” que ele estudava com inveja, escárnio e fascinação, DENTRO DA CASA (DANS LA MAISON, 2012)
Direção: François Ozon
Com: Fabrice Luchini, Ernst Umhauer, Emmanuelle Seigner (foto), Kristin Scott Thomas etc.


* Em cartaz nos cinemas *

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Meus anos dourados com Hitch, ou Alfred Hitchcock em 12 capítulos e 1 epitáfio *


PARTE 4: A ENTREVISTA

François Truffaut, assim como Alfred Hitchcock, é um nome histórico na cinematografia mundial. O cineasta francês, juntamente com Jean-Luc Godard, Eric Rohmer, Claude Chabrol, Louis Malle, Alain Resnais e Jacques Rivette, criou o movimento Nouvelle Vague, inaugurando uma nova fase do cinema francês. 

Truffaut nunca escondeu a grande admiração que nutria por Hitchcock, a quem considerava efetivamente um mestre: ao longo dos anos 50 escreveu 27 artigos sobre ele na revista Cahiers du Cinema. Em 1962, Truffaut estava em Nova Iorque para apresentar seu filme JULES E JIM – UMA MULHER PARA DOIS (JULES ET JIM, 1962) e se surpreendeu ao descobrir que seu mestre era considerado pela crítica norte-americana um produto comercial: seus detratores alegavam que os filmes hitchcockianos não tinham "substância". Os jornalistas perguntavam ao pai da Nouvelle Vague por que os críticos da Cahiers du Cinema levavam Alfred Hitchcock a sério. 

O cineasta francês percebeu então que Hitchcock havia sido vítima da imagem que propositalmente construíra para si mesmo: o bonachão que dava entrevistas galhofeiras e deliberadamente cômicas não agradava aos intelectuais. Foi disposto a reparar a injusta visão sobre a obra de Hitchcock que Truffaut teve a idéia de realizar uma ampla entrevista com seu mestre, que consistiria em quinhentas perguntas abrangendo, em ordem cronológica, todas as fases de sua carreira e todas as etapas e aspectos da produção dos filmes. 

Em junho de 1962, Hitchcock terminava de filmar OS PÁSSAROS (THE BIRDS, 1963) quando recebeu uma longa carta de Truffaut explicando o projeto da entrevista. A resposta chegou ao então iniciante diretor francês por telegrama: "A sua carta fez-me vir lágrimas aos olhos”. 

A entrevista foi gravada durante oito dias do mês de agosto, na Universal City, totalizando cinquenta horas de gravação, com o auxílio de Helen Scott, amiga americana de Truffaut, pois ele não falava inglês. A transcrição das fitas levou quatro anos, e a primeira edição foi publicada em 1967, alcançando a filmografia de Hitchcock até CORTINA RASGADA (TORN CURTAIN, 1966). Na chamada edição definitiva da entrevista há um capítulo suplementar em que Truffaut inclui observações sobre TOPÁZIO (TOPAZ, 1969), FRENESI (FRENZY, 1972) e TRAMA MACABRA (FAMILY PLOT, 1976) e uma derradeira entrevista feita em maio de 1972, quando Hitchcock iria apresentar FRENESI no Festival de Cannes. 

No prefácio à edição brasileira da entrevista - Hitchcock/Truffaut: Entrevistas (Companhia das Letras) -, o crítico de cinema Ismail Xavier diz que "o diálogo Truffaut/Hitchcock marca a idade de ouro da cinefilia como religião produtiva, na França, na Itália e na América Latina, fundamental no avanço do cinema moderno. A conjunção foi especial, pois os cineastas que lideraram as transformações, ao proclamarem as virtudes intelectuais e morais da mise-en-scene, não sonegaram sua reverência aos mestres do cinema clássico, chegando, no caso de Hitchcock, a definir uma quase identidade entre a compreensão de sua obra e a do próprio cinema”. 

Hitchcock / Truffaut 

Ao longo da conversa, o mestre do suspense, além de analisar tecnicamente seus filmes, surpreende ao emitir suas opiniões pessoais sobre sua própria obra. Bastante autocrítico ou dotado de uma mordaz humildade, Hitchcock é por muitas vezes severo demais com o resultado de seu trabalho. Usou adjetivos não muito lisonjeiros para alguns de seus filmes, como "banal", "história medíocre", "cilada" e "história bem velhinha, fora de moda", entre outros. A mesma impiedade consigo mesmo foi dirigida para os atores e atrizes com quem trabalhou: este não ficou bem naquele filme, aquele filme teria sido melhor se estrelado por aquele outro ator ou aquela outra atriz. 

Além disso, Hitchcock faz algumas revelações curiosas, como a de que a pessoa por trás das facadas desferidas contra Janet Leigh no chuveiro não é Anthony Perkins vestido de mulher, mas sim uma autêntica representante do sexo feminino. E também conta episódios divertidos, como a "resposta" da atriz Carole Lombard à sua célebre declaração de que os atores são gado: no primeiro dia de filmagens de UM CASAL DO BARULHO (MR. & MRS. SMITH, 1941), a atriz havia mandado construir uma jaula com três compartimentos, e dentro de cada um havia colocado uma vaca. Em volta de seus pescoços, placas com os nomes Carole Lombard, Robert Montgomery e Gene Raymond, os atores do filme. 

Ou galã ou vilão 

Ao falar de seu primeiro filme importante, O INQUILINO SINISTRO (THE LODGER: A STORY OF THE LONDON FOG, 1927), sobre um homem suspeito de ser um assassino de mulheres que termina por ter sua inocência provada, Hitchcock conta que gostaria de ter dado outro final à história: 

"O ator principal, Ivor Novello, era um astro do teatro na Inglaterra. Aí está um dos problemas que devemos enfrentar com o star-system: volta e meia a história fica comprometida porque a estrela não pode ser um vilão. (...) Gostaria que ele fosse embora, de noite, e que jamais conseguíssemos saber a verdade. Mas não se pode fazer isso com um herói interpretado por um astro. É preciso dizer: ele é inocente. (...) Dezesseis anos depois, deparei com o mesmo problema ao filmar SUSPEITA (SUSPICIOUN, 1941), com Cary Grant. Era impossível fazer de Cary Grant um assassino”. 

"Whodunit" 

Contração da pergunta who has done it? ("quem fez isso?”), whodunit pode ser um romance, peça ou filme policial do tipo "Quem matou?", gênero que não agradava ao mestre do suspense: 

"Sempre evitei os whodunits, pois em geral o interesse se concentra exclusivamente na parte final. (...) Faz pensar num quebra-cabeça ou num jogo de palavras cruzadas. Você espera tranquilamente a resposta para a pergunta: ‘Quem matou?’. Nenhuma emoção. Isso me lembra uma história. Quando a televisão começou, havia dois canais concorrentes. O primeiro anunciou um programa whodunit. E logo antes do programa, um locutor do canal rival anunciou: ‘No whodunit que vão passar no canal rival, já podemos lhes dizer que foi o mordomo quem atirou’”. 

Participações mais que especiais 

Sobre suas aparições em seus filmes, Hitchcock brincou: "Era estritamente prático, eu precisava encher a tela. Mais tarde tornou-se uma superstição, e depois virou uma gag. Mas agora é uma gag bastante constrangedora, e, para permitir que as pessoas assistam tranquilas ao filme, tenho o cuidado de me mostrar ostensivamente nos primeiros cinco minutos da projeção”. 

"MacGuffin" 

Objeto em torno do qual se desenvolve a ação de alguns filmes de Hitchcock, MacGuffin é definido pelo mestre como um nada, um vazio. O MacGuffin de OS 39 DEGRAUS (THE 39 STEPS, 1935) é uma fórmula matemática ligada à construção de um motor de avião (que nem sequer é vista, pois não existia no papel). Em A DAMA OCULTA (THE LADY VANISHES, 1938), é uma canção codificada (objeto imaterial - há que se confiar na voz e na memória). Uma cláusula de um tratado de defesa tão secreto que as partes envolvidas devem memorizá-la, não podendo pô-la no papel, este é o MacGuffin de CORRESPONDENTE ESTRANGEIRO (FOREIGN CORRESPONDENT, 1940). 

De acordo com a PhD em filosofia Mladen Dolar, os MacGuffin são a significação por si só, sendo seu conteúdo real totalmente insignificante. Apesar de estarem no núcleo da ação, são irrelevantes, porque sua materialidade é desnecessária, basta que saibamos sobre sua existência. 

Hitchcock contou a Truffaut a anedota escocesa que deu origem ao termo: "Dois homens estão em um trem. Um pergunta ao outro: ‘O que é esse embrulho que você colocou no bagageiro?’. O outro responde: ‘É um MacGuffin’. O primeiro se intriga: ‘O que é um MacGuffin?’. O segundo responde: ‘É um aparelho para pegar leões nas montanhas Adirondak’. Ao que o primeiro retruca: ‘Mas não há leões nas Adirondak!’. O outro então conclui: ‘Nesse caso, não é umMacGuffin!’”. 

Voyeurismo

"Aposto com você que nove entre dez pessoas, se virem do outro lado do pátio uma mulher se despindo antes de ir dormir, ou simplesmente um homem que faz uma arrumação em seu quarto, não conseguirão deixar de olhar. Poderiam desviar os olhos, dizendo: ‘Não tenho nada a ver com isso’, poderiam fechar suas janelas. Pois bem, não fecharão, ficarão ali olhando”. 

Peculiar senso de humor 

História contada por Hitchcock: "(...) num aniversário de minha mulher, tínhamos um jantar de umas doze pessoas no jardim de um restaurante. Eu havia contratado (...) uma velha senhora aristocrática de certa idade, alinhadíssima, e a instalei no lugar de honra. Depois, ignorei-a completamente. Os convidados chegavam, uns após os outros, olhavam a grande mesa onde só a velha estava sentada, e todos perguntavam: ‘Mas quem é a velha ricaça?’. Eu respondia: ‘Não sei’. Só os garçons do restaurante conheciam a gag, e minha mulher perguntava a eles: ‘Mas o que foi que ela disse, ninguém falou com ela?’. ‘Essa mulher nos disse que tinha sido convidada para a festa do senhor Hitchcock’. Quando me perguntavam, eu insistia: ‘Mas não sei quem é ela’. Todos a olhavam, todos indagavam: ‘Mas quem é ela? Afinal, é preciso saber...’. Estávamos no meio do jantar quando um escritor deu um soco na mesa e disse: ‘É uma gag’. Então todos os olhares se voltaram para a velha ricaça e o escritor se voltou para um outro convidado, um jovem que alguém tinha levado, e disse ao rapaz: ‘E você também, você é uma gag!’. 

Gostaria de retomar essa brincadeira e levá-la mais longe. Contrataria uma mulher desse tipo para um jantar e a apresentaria como se fosse minha tia. E a falsa tia me diria: ‘Será que eu poderia beber alguma coisa?’ e eu diria na frente de todo mundo: ‘Não, não, você sabe muito bem que o álcool não lhe faz bem, você não deve beber’. Então a tia se afastaria com cara muito triste e iria se sentar no seu canto. (...) Um pouco mais tarde, a tia se levantaria e viria em minha direção com um olhar de extrema súplica e eu lhe diria bem alto: ‘Não, não, não adianta me olhar assim...E a sua atitude constrange todo mundo’, e a pobre velha diria: ‘Oh, oh!’. Todos se sentiriam realmente encabulados, não saberiam mais onde pôr os olhos e minha falsa tia começaria a chorar baixinho. Finalmente, eu lhe diria: ‘Escute, você está estragando a nossa noite, vá embora, volte para o seu quarto’. Nunca fiz essa brincadeira, pois tenho muito medo de que alguém bata em mim”.



* Trabalho de minha autoria produzido em tempos acadêmicos.





O INQUILINO SINISTRO (THE LODGER: A STORY OF THE LONDON FOG, 1927) 
Direção: Alfred Hitchcock 
Com: Ivor Novello, Marie Ault etc. 


OS 39 DEGRAUS (THE 39 STEPS, 1935) 
Direção: Alfred Hitchcock 
Com: Robert Donat, Madeleine Caroll etc. 


A DAMA OCULTA (THE LADY VANISHES, 1938) 
Direção: Alfred Hitchcock 
Com: Margaret Lockwood, Michael Redgrave etc. 


CORRESPONDENTE ESTRANGEIRO (FOREIGN CORRESPONDENT, 1940) 
Direção: Alfred Hitchcock 
Com: Joel McCrea, George Sanders etc. 


UM CASAL DO BARULHO (MR. & MRS. SMITH, 1941) 
Direção: Alfred Hitchcock 
Com: Carole Lombard, Robert Montgomery etc. 


SUSPEITA (SUSPICIOUN, 1941) 
Direção: Alfred Hitchcock 
Com: Cary Grant, Joan Fontaine etc. 


OS PÁSSAROS (THE BIRDS, 1963) 
Direção: Alfred Hitchcock 
Com: Tippi Hedren, Rod Taylor, Jessica Tandy etc. 


CORTINA RASGADA (TORN CURTAIN, 1966) 
Direção: Alfred Hitchcock 
Com: Paul Newman, Julie Andrews etc. 


TOPÁZIO (TOPAZ, 1969) 
Direção: Alfred Hitchcock 
Com: Frederick Stafford, Philippe Noiret etc. 


FRENESI (FRENZY, 1972) 
Direção: Alfred Hitchcock 
Com: Jon Finch, Alec McCowen etc. 


TRAMA MACABRA (FAMILY PLOT, 1976) 
Direção: Alfred Hitchcock 
Com: Karen Black, Bruce Dern etc. 


JULES E JIM – UMA MULHER PARA DOIS (JULES ET JIM, 1962) 
Direção: François Truffaut 
Com: Oskar Werner, Henri Serre, Jeanne Moreau etc.

domingo, 7 de abril de 2013

Os talentosos Muppets




PULP FICTION – TEMPO DE VIOLÊNCIA (PULP FICTION, 1994)
Direção: Quentin Tarantino
Com: John Travolta, Samuel L. Jackson, Uma Thurman, Tim Roth, Bruce Willis, Amanda Plummer, Eric Stoltz, Maria de Medeiros, Rosanna Arquette etc.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Cinemas do Rio – Parte 1: Os que deixaram saudades / Copacabana



CINE AMERICANO / CINEMA COPACABANA

Inaugurado em 1916 no coração da Avenida Nossa Senhora de Copacabana, o Cine Americano passou por grande reforma e, em 1953, virou o tradicional e conhecidíssimo Cinema Copacabana. Fechou na década de 90 ameaçando virar bingo, até reabrir a todo vapor, com possível reforma e divisão em várias salas. Como a prefeitura não permitiu ampliação no gabarito vertical, o espaço virou a academia Bodytech. Um deboche para um cinema que atravessou décadas.


Texto: Luis Mendes - jornalista, cinéfilo, estudioso e defensor dos cinemas de rua e proprietário da locadora cult Paradise Video (localizada em Copacabana)

Foto: Arquivo pessoal do jornalista


quarta-feira, 3 de abril de 2013

Meus anos dourados com Hitch, ou Alfred Hitchcock em 12 capítulos e 1 epitáfio *


PARTE 3: FREDDIE GOES TO HOLLYWOOD


1938 - O produtor norte-americano David Selznick envia a Hitchcock um telegrama convidando-o a ir para os Estados Unidos dirigir um filme inspirado no naufrágio do Titanic. Hitchcock aceita a proposta e, ao terminar as filmagens de A ESTALAGEM MALDITA (JAMAICA INN, 1939), embarca com sua família rumo à terra de Tio Sam. 

1940 - Lá chegando, o projeto, tal como o transatlântico que o inspirou, naufraga. Hitchcock é então incumbido de filmar REBECCA, A MULHER INESQUECÍVEL (REBECCA, 1940). O romance que o inspirou, de autoria da escritora inglesa Daphne du Maurier (que Hitchcock já adaptara em seu filme anterior, A ESTALAGEM MALDITA, e mais tarde, em 1963, adaptaria também em OS PÁSSAROS (THE BIRDS, 1963)) seria mais tarde acusado de ser um plágio de uma obra brasileira, A sucessora, de Carolina Nabuco, que por sua vez também gerou sua versão audiovisual, como novela da Rede Globo, em 1978. 

Ambas as tramas contam a história de uma jovem sem nome que se casa com um viúvo e se sente ameaçada pela presença da antiga esposa, morta em circunstâncias ainda não satisfatoriamente esclarecidas. A nova esposa é muito jovem e sem experiência na vida da alta sociedade, ao contrário de sua antecessora, que fora admirada e cortejada por todos. A presença da falecida está entranhada na mansão, intimidando a nova senhora. 

Oscar & Alfred 


Polêmicas à parte, REBECCA ganhou um motivo a mais para tornar-se inesquecível: foi a única película de Hitchcock a conquistar o Oscar, a premiação máxima da indústria cinematográfica norte-americana, de melhor filme, em 1940. No entanto, a estatueta foi para seu produtor, David Selznick - Hitchcock jamais ganhou um Oscar, apesar de ter sido indicado cinco vezes como melhor diretor, inclusive por este filme. Ele também seria indicado por UM BARCO E NOVE DESTINOS (LIFEBOAT, 1944), QUANDO FALA O CORAÇÃO (SPELLBOUND, 1945), JANELA INDISCRETA (REAR WINDOW, 1954) e PSICOSE (PSYCHO, 1960). 

REBECCA também levou o Oscar de fotografia em preto e branco, para Georges Barnes, além de ter sido indicado nas categorias ator (Laurence Olivier), atriz (Joan Fontaine) e atriz coadjuvante (Judith Anderson). No mesmo ano, CORRESPONDENTE ESTRANGEIRO (FOREIGN CORRESPONDENT, 1940) foi indicado como melhor filme e ator coadjuvante (Albert Basserman). Joan Fontaine, que não levou a estatueta de melhor atriz neste ano, a levaria no seguinte, por SUSPEITA (SUSPICIOUN, 1941), que também concorreu como melhor filme. 

Outros filmes "oscarizados" de Hitchcock foram QUANDO FALA O CORAÇÃO, na categoria música de filme não musical (perdendo nas indicações de filme, direção e ator coadjuvante (Michael Chekhov)) e LADRÃO DE CASACA (TO CATCH A THIEF, 1955), pela fotografia em cores de Robert Burks. Outros indicados que não levaram o prêmio foram INTERLÚDIO (NOTORIOUS, 1946), categoria ator coadjuvante (Claude Rains); AGONIA DE AMOR (THE PARADINE CASE, 1947), categoria atriz coadjuvante (Ethel Barrymore) e PSICOSE, categorias direção e atriz coadjuvante (Janet Leigh). 

Notas de suspense 


"A vida sem música seria um erro" (Friedrich Nietzsche). Os filmes de Hitchcock, sem música, não chegariam a ser um erro, mas certamente perderiam muito de seu charme. A trilha sonora sempre teve papel fundamental em sua filmografia, e foi nos Estados Unidos que tal componente atingiu seu ápice, quando Hitchcock conheceu o compositor e maestro Bernard Herrmann, estabelecendo uma das mais felizes parcerias na música do cinema. 

Entre os anos de 1955 e 1964, Herrmann compôs a trilha sonora de todos os filmes de Hitchcock, começando com O TERCEIRO TIRO (THE TROUBLE WITH HARRY, 1955). Em O HOMEM QUE SABIA DEMAIS (THE MAN WHO KNEW TOO MUCH, 1956), é ele o maestro que rege a London Symphony Orchestra no concerto do Royal Albert Hall, no final do filme. Depois vieram O HOMEM ERRADO (THE WRONG MAN, 1956), UM CORPO QUE CAI (VERTIGO, 1958), INTRIGA INTERNACIONAL (NORTH BY NORTHWEST, 1959), PSICOSE, OS PÁSSAROS (como consultor de som) e MARNIE, CONFISSÕES DE UMA LADRA (MARNIE, 1964). CORTINA RASGADA (TORN CURTAIN, 1966) chegou a ter a trilha sonora composta pelo maestro, mas diretor e compositor divergiram quanto à música a ser utilizada e terminaram a parceria, para decepção de cinéfilos e melômanos. 

Outro parceiro fundamental de Hitchcock foi o diretor de fotografia Robert Burks, cujo Oscar ganho por LADRÃO DE CASACA em 1955 fez parte do período em que Burks trabalhou com Hitchcock, quando fotografou todos os seus filmes, com exceção de PSICOSE. Esta fase vai desde 1951, com PACTO SINISTRO (STRANGERS ON A TRAIN, 1951), até 1964, com MARNIE, CONFISSÕES DE UMA LADRA, incluindo A TORTURA DO SILÊNCIO (I CONFESS, 1953), DISQUE M PARA MATAR (DIAL M FOR MURDER, 1954), JANELA INDISCRETA, O TERCEIRO TIRO, O HOMEM QUE SABIA DEMAIS, O HOMEM ERRADO, UM CORPO QUE CAI, INTRIGA INTERNACIONAL e OS PÁSSAROS. A prolífica parceria com o mestre do suspense só findaria com sua morte, ocorrida após a realização de MARNIE. 

American way of life 


Alfred Hitchcock chegou aos EUA na década de 40, onde permaneceria até sua morte, quarenta anos depois. Se instalou com sua esposa Alma Reville e sua filha Patricia, então com 12 anos de idade, em uma casa afastada de Hollywood, em Santa Rosa. Durante parte de seu "reinado", a família viveu também em companhia de seus cães Filipe de Magnésia e Eduardo IX. 

Alma, que já trabalhava com seu marido desde a Inglaterra, prosseguiu com a parceria extraconjugal, na adaptação dos roteiros de A SOMBRA DE UMA DÚVIDA (SHADOW OF A DOUBT, 1943), AGONIA DE AMOR e PAVOR NOS BASTIDORES (STAGE FRIGHT, 1950). Neste último atuou também a filha do casal, que estudara artes dramáticas em Londres, e que participaria ainda de PACTO SINISTRO e PSICOSE. 

Apesar de já ter seu talento reconhecido ao chegar em terras americanas, foi nos EUA que Hitchcock viveu a fase áurea de sua carreira. Em sua fase americana, Hitchcock dirigiu não apenas seus maiores sucessos e as mais brilhantes estrelas da época – gente como Grace Kelly, James Stewart (que se tornaram os “musos” de Alfred), Laurence Olivier, Ingrid Bergman, Cary Grant, Gregory Peck, Marlene Dietrich, Montgomery Clift, Ray Milland, Doris Day, Henry Fonda, Kim Novak, Sean Connery, Paul Newman, Julie Andrews e Shirley MacLaine, que não fez por menos e começou sua carreira cinematográfica com o mestre, em O TERCEIRO TIRO -, e, consequentemente, seus filmes mais conhecidos mundo afora, em qualquer época, como também inovou, criativa e tecnicamente. 

O mestre do suspense, que fora o primeiro cineasta britânico a dirigir um filme sonoro, não se contentou que FESTIM DIABÓLICO fosse conhecido somente como seu primeiro filme em cores. Ele realizou a primeira experiência no cinema de um filme inteiramente rodado sem interrupção nas tomadas, em um único plano. Para contornar a dificuldade técnica da interrupção forçada no fim de cada rolo de filme, Hitchcock fazia com que neste momento a câmera desse um close-up no casaco de um personagem e, no início do rolo seguinte, a câmera começasse do mesmo ponto. Desta forma, a ação era contínua: FESTIM DIABÓLICO era um filme "das 19:30 às 21:15”. 

Além disso, Hitchcock também aderiu à técnica do cinema em terceira dimensão em um de seus filmes, DISQUE M PARA MATAR. Com o advento e popularização da televisão, os cinemas estavam perdendo terreno para as telinhas, e o artifício de criar a ilusão no espectador de que ele está dentro do filme a que está assistindo foi uma forma que os produtores da época encontraram para atrair seu público de volta. Apesar de o truque em DISQUE M só poder ser percebido na cena da tentativa de assassinato, sendo os óculos de 3D dispensáveis durante o resto, ainda assim é válida a incursão do mestre na nova técnica, mais uma prova de que ele era um diretor sempre receptivo ao novo. 

E, sendo a televisão um meio de comunicação em franca expansão, por que não se aliar também a ela? Em 1955 Hitchcock ganha seu próprio programa de TV, diretamente da CBS: Alfred Hitchcock presents – pequenas histórias de suspense, com duração aproximada de uma hora. Em 1960, a série passa a ser transmitida pela NBC, mudando de nome em 1962 para The Alfred Hitchcock Hour, sendo exibida até 1964. Hitchcock apresentou os primeiros episódios da primeira temporada e chegou a dirigir alguns deles, e a série seguiu com vida própria, carregando seu nome, sinônimo de suspense e sempre chamariz de público (no Brasil alguns episódios foram exibidos pela Rede Globo, na década de 80). 

Em 1956, Hitchcock revisitou seu clássico inglês de 1934, O HOMEM QUE SABIA DEMAIS, dirigindo a versão americana do filme, e só voltou a filmar novamente em seu país em 1944: BON VOYAGE e AVENTURE MALGACHE foram dois curtas-metragens de propaganda feitos para o Ministério da Informação britânico. Em 1972, Hitchcock filmou FRENESI (FRENZY, 1972) que, embora fosse uma produção americana, foi rodado em sua terra natal. 

Em 1955, o britânico Alfred Hitchcock naturaliza-se norte-americano.


* Trabalho de minha autoria produzido em tempos acadêmicos.


A ESTALAGEM MALDITA (JAMAICA INN, 1939)
Direção: Alfred Hitchcock
Com: Charles Laughton, Horace Hodges etc.


REBECCA, A MULHER INESQUECÍVEL (REBECCA, 1940)
Direção: Alfred Hitchcock
Com: Laurence Olivier, Joan Fontaine, George Sanders etc.


CORRESPONDENTE ESTRANGEIRO (FOREIGN CORRESPONDENT, 1940)
Direção: Alfred Hitchcock
Com: Joel McCrea, George Sanders etc.


SUSPEITA (SUSPICIOUN, 1941)
Direção: Alfred Hitchcock
Com: Cary Grant, Joan Fontaine etc.


A SOMBRA DE UMA DÚVIDA (SHADOW OF A DOUBT, 1943)
Direção: Alfred Hitchcock
Com: Teresa Wright, Joseph Cotten etc.


AVENTURE MALGACHE (1944)
Direção: Alfred Hitchcock
Com: Paul Bonifas, Paul Clarus etc.


BON VOYAGE (1944)
Direção: Alfred Hitchcock
Com: John Blythe


UM BARCO E NOVE DESTINOS (LIFEBOAT, 1944)
Direção: Alfred Hitchcock
Com: Tallulah Bankhead, William Bendix etc.


QUANDO FALA O CORAÇÃO (SPELLBOUND, 1945)
Direção: Alfred Hitchcock
Com: Ingrid Bergman, Gregory Peck etc.


INTERLÚDIO (NOTORIOUS, 1946)
Direção: Alfred Hitchcock
Com: Ingrid Bergman, Cary Grant, Claude Rains etc.


AGONIA DE AMOR (THE PARADINE CASE, 1947)
Direção: Alfred Hitchcock
Com: Gregory Peck, Ann Todd, Ethel Barrymore etc.


FESTIM DIABÓLICO (ROPE, 1948)
Direção: Alfred Hitchcock
Com: Farley Granger, John Dall, James Stewart etc.


PAVOR NOS BASTIDORES (STAGE FRIGHT, 1950)
Direção: Alfred Hitchcock
Com: Marlene Dietrich, Jane Wyman etc.


PACTO SINISTRO (STRANGERS ON A TRAIN, 1951)
Direção: Alfred Hitchcock
Com: Farley Granger, Robert Walker etc.


A TORTURA DO SILÊNCIO (I CONFESS, 1953)
Direção: Alfred Hitchcock
Com: Montgomery Clift, Anne Baxter etc.


DISQUE M PARA MATAR (DIAL M FOR MURDER, 1954)
Direção: Alfred Hitchcock
Com: Ray Milland, Grace Kelly, Robert Cummings etc.


JANELA INDISCRETA (REAR WINDOW, 1954)
Direção: Alfred Hitchcock
Com: James Stewart, Grace Kelly, Thelma Ritter etc.


LADRÃO DE CASACA (TO CATCH A THIEF, 1955)
Direção: Alfred Hitchcock
Com: Cary Grant, Grace Kelly etc.


O TERCEIRO TIRO (THE TROUBLE WITH HARRY, 1955)
Direção: Alfred Hitchcock
Com: John Forsythe, Shirley MacLaine etc.


O HOMEM QUE SABIA DEMAIS (THE MAN WHO KNEW TOO MUCH, 1956)
Direção: Alfred Hitchcock
Com: James Stewart, Doris Day etc.


O HOMEM ERRADO (THE WRONG MAN, 1956)
Direção: Alfred Hitchcock
Com: Henry Fonda, Vera Miles etc.


UM CORPO QUE CAI (VERTIGO, 1958)
Direção: Alfred Hitchcock
Com: James Stewart, Kim Novak etc.


INTRIGA INTERNACIONAL (NORTH BY NORTHWEST, 1959)
Direção: Alfred Hitchcock
Com: Cary Grant, Eva Marie Saint, Martin Landau etc.


PSICOSE (PSYCHO, 1960)
Direção: Alfred Hitchcock
Com: Anthony Perkins, Vera Miles, Janet Leigh etc.


OS PÁSSAROS (THE BIRDS, 1963)
Direção: Alfred Hitchcock
Com: Tippi Hedren, Rod Taylor, Jessica Tandy etc.


MARNIE, CONFISSÕES DE UMA LADRA (MARNIE, 1964)
Direção: Alfred Hitchcock
Com: Tippi Hedren, Sean Connery etc.


CORTINA RASGADA (TORN CURTAIN, 1966)
Direção: Alfred Hitchcock
Com: Paul Newman, Julie Andrews etc.


FRENESI (FRENZY, 1972)
Direção: Alfred Hitchcock
Com: Jon Finch, Alec McCowen etc.