terça-feira, 16 de abril de 2013

Trilogia Charles Chaplin, 16/4/1889 – Parte 2



Década de 1930. O cinema mudo estava com os dias contados. Chaplin, assim como outros pioneiros do cinema (entre eles, Hitchcock), resistia. Ele acreditava que falas eram coisa de teatro, encenação naturalmente mais expansiva, e que o cinema era uma forma de arte mais pantomímica. Mas a pressão da indústria, e do público, era crescente, e era inevitável que Chaplin acabasse por soltar a voz em seus filmes também. O que ele fez, como mostra o vídeo acima, em TEMPOS MODERNOS (MODERN TIMES, 1936). Ou quase. 


Na cena em que todos esperavam enfim ouvir a voz de Chaplin, ele fala mas não diz nada: seu personagem esquece a letra da música, e, para não decepcionar ou enfurecer a plateia, canta em um bizarro idioma, que às vezes parece italiano, outras francês, alemão. Mas cujas palavras não dizem absolutamente nada, porque simplesmente não existem, é uma língua inventada. E ele é entusiasticamente aplaudido. Ou seja, palavras não importam. 


(Chaplin acabaria cedendo em seu filme seguinte, no final de O GRANDE DITADOR (THE GREAT DICTATOR, 1940), quando o barbeiro que é confundido com o ditador do título (uma paródia a Hitler) faz um antológico discurso pacifista.)



TEMPOS MODERNOS (MODERN TIMES, 1936) 
Direção: Charles Chaplin 
Com: Charles Chaplin, Paulette Goddard etc. 


O GRANDE DITADOR (THE GREAT DICTATOR, 1940) 
Direção: Charles Chaplin 
Com: Charles Chaplin, Jack Oakie, Paulette Goddard etc.